Totalmente parados, trabalhadores do Consórcio Arena das Dunas cruzaram os braços reivindicando o reajuste salarial e uma celeridade na negociação do dissídio coletivo, previsto para ocorrer ainda este mês. No local, os trabalhadores estão sentados à sombra do refeitório e aguardam uma solução positiva e favorável para a categoria. Enquanto os empresários oferecem 3,5% sobre o piso, de R$ 810, os trabalhadores querem 25% de reajuste e cogitam greve no setor caso não sejam atendidos pelos empresários.
"As promessas para a resolução dessas questões e da liberação do dissídio coletivo era para o dia 1º de novembro. Nada foi feito. Então disseram que seria hoje, dia 7 de novembro. Viemos trabalhar e não tivemos nenhuma resposta com relação ao processo de negociação. É por isso que estamos parados e não voltaremos até termos uma explicação plausível", colocou o membro da CIPA dos trabalhadores da Arena das Dunas, Benjamim Serafim.
Em conversa com o gerente de marketing da Arena das Dunas, Arthur Couto, a TRIBUNA DO NORTE apurou que a paralisação dos colaboradores tomou a empresa de surpresa. "Estamos em negociação desde o início do mês para dar um retorno aos trabalhadores. O Sindicato dos Trabalhadores em Construção, o Sintracon, está resolvendo essas questões hoje mesmo num hotel da cidade. Não sabemos o que motivou a paralisação", colocou o gerente de marketing da empresa.
Segundo Couto, a busca entre ambas as partes é por um consenso. Ainda não há informação se a paralisação é de advertência ou se será prolongada. "Estamos com 42% do andamento das obras concluído. Essa paralisação não interfere na evolução da construção da Arena, até porque o previsto no cronograma da FIFA seria 36%", explicou.
SINDICATO
Por telefone, Francisco de Assis Pacheco, presidente do Sintracon, afirmou que estava no hotel juntamente com membros do Sindicato das Indústrias da Contrução Civil (Sinicon-RN), dando continuidade ao processo de negociação. "O nosso sindicato não tem nada a ver com essa paralisação. A negociação sempre continuou. Eles pararam por própria conta e risco, até porque a entidade laboral não tem motivos para iniciar uma paralisação, tendo em vista que há interesse entre as partes para resolver os questionamentos", esclareceu.
Segundo Assis Pacheco, o encerramento das negociações é esperado para ocorrer ainda hoje, solucionando o data-base de novembro e discutindo a proposta de aumento salarial.
Memória
Essa é a terceira vez que os operários da Arena das Dunas paralisam as atividades. A última grande paralisação na construção civil em Natal ocorreu em abril, quando os empregados que trabalhavam nas obras do estádio Arena das Dunas cruzaram os braços durante dez dias, após a demissão de 12 funcionários que trabalhavam na construção da Arena. Naquela ocasião, os trabalhadores protestaram na BR-101 e fecharam parte do trânsito.
Matéria e Foto: Tribuna do Norte
OPINIÃO: Um dos temas que devem ser mais discutidos na atualidade ou, pelo menos refletidos, é a viabilidade social em realização da Copa do Mundo no Brasil. Parece contraditório em um país onde "a educação é deseducada" e a saúde "padece na UTI" investir cerca de 30 bilhões de reais em um evento desta magnitude. Sem falar que, como disse o deputado Romário Souza: "-A Copa do Mundo é no Brasil, porém, não é para os brasileiros..." Ora, conta-se a fração da população brasileira que terá condições de custear um ingresso e/ou deslocamento para assistir os jogos da Copa. Esta fração se reduz mais ainda se as partidas em questão forem da seleção nacional e, míngua muito, quando as fases forem decisivas. Enquanto isto, um time de trabalhadores braçais mal remunerados travam uma intensa luta para vencer "o jogo da vida", aquele onde se batalha pelo seu sustento e da sua família. O caso específico do Arena das Dunas, que está mais próximo de nós, merece uma análise criteriosa. No ano de 2007 o "finado Machadão" havia recebido investimentos em torno de 17 milhões de reais para ter condições de receber partidas da Série A. Desde então, fora palco de grandes jogos, com vestuários confortáveis, gramado excelente e uma infraestrutura digna de grandes palcos futebolísticos. Porém, todo este investimento atual e anterior, veio abaixo, juntamente com o "primo menor" o Ginásio Machadinho. Tudo isto em nome de um evento a nível mundial, ou melhor, tudo isto para receber 03 partidas da 1ª fase da Copa do Mundo de Futebol de 2014. Na previsão inicial, serão mais de 400 milhões de reais investido em uma obra para abrigar 03 jogos que, em uma competição deste naipe, são considerados "inexpressivos". Diante desta situação dá para se perguntar: Ora, se o Machadão apresentava condições de jogo para todos os clubes que lá jogavam, porque não daria para as seleções jogarem??? Porque gastar mais uma cifra astronômica desta, quando deveríamos priorizar outras áreas tão carentes??? (É só visitar o Hospital Walfredo Gurgel para contatar esta triste realidade). Se no país existe uma enorme quantidade de recursos destes para investir em uma Copa do Mundo, por que não fora investido em Educação, Saúde, Segurança, Transportes, Incentivo ao Esporte na Base, dentre outros??? Estes e muitos outros por quês merecem uma reflexão cuidadosa e criteriosa de todos nós brasileiros. Será, mesmo que valerá apena??? Afinal de contas, é dinheiro público, é nosso dinheiro que está sendo investido, gasto e desviado. Reflitamos!!!
Prof. Jandeilmo Cleidson (Cleidão)
Imagens da Internet
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